domingo, 28 de novembro de 2010

A Tertúlia


Abrir um espaço, implica abrir o coração.

É preciso ter uma dimensão humana muito abrangente para se poder ser dona de um espaço onde o encontro de pessoas se pode tornar um encontro de ideias, ideais e prazeres.

Só quem tem essa dimensão humana, pode empreender e criar um lugar onde todos possam conviver num ambiente de partilha e convívio. Pode-se chamar, Tertúlia, a verdade, é que num lugar assim, as vidas cruzam-se na sua verdadeira essência, e, com essas vidas, cruza-se quase sempre, apenas uma, aquela que se dá toda e sem máscara.
É, a vida de quem está por detrás da linha que separa o prazer do trabalho.

Com o passar dos anos, a dádiva e a ternura de quem dirige e sente prazer em propocionar aos outros o bem estar de conviver, passa a ser uma parte dela própria, como se fosse uma catarse para poder viver em harmonia.

A, Tertúlia, esse espaço, está no prazer de ver o convívio de todos e sentir que todos gostam de o frequentar, pelo simples prazer de poderem transformar as horas em pedaços de tempo bem vivido.
É esta a maior recompensa para uns e para outros!

Ninguém consegue quantificar ou sequer valorizar, o quanto é preciso dar de vida, de força interior, de suor, de lágrimas, de risos, de sorrisos, de alegria, de tristeza, para que os momentos de prazer de cada um, seja gratificante e compensador para quem dá tudo o resto.
O ter que estar sempre disponível para os outros e nunca o contrário, provoca desgaste e solidão, e no fim, ninguém se lembra que assim foi e assim é.
É preciso ter isto em atenção quando se entra no espaço eleito por nós para conviver e estar com os amigos.
É, preciso ser se fiel e justo nas atitudes!
Quantas vezes, a falta de compreensão e postura de quem está ou deveria estar e não está, desprotege os sentimentos, cansa, impacienta e provoca um sentimento de injustiça a quem dá tudo de si, para que os outros tenham de si próprios.
Muitas vezes, é esse o preço que paga, quem se dá sem restrições ou limites nesta profissão.

A grande maioria das vezes, ninguém dá conta desse cansaço, desse desgaste, da inquietação,... do stress que é ter de cumprir todas as obrigações quer emocionais quer materiais, para que os outros esqueçam o seu próprio trabalho.
E, no entanto, quem frequenta hoje, pode não frequentar amanhã, tanto lhes faz.
Não pensam, nem sentem, nem sonham, o quanto isso é injusto, o quanto essa atitude e postura, pode magoar a alma e prejudicar a vida de quem tudo faz e tudo dá, aos seus frequentadores, muitas vezes, eles próprios "impedindo" a entrada de novos para manter a presença dos mesmos de sempre.

Para além de tudo isto, há as contas, os deveres para com os fornecedores, os créditos, os impostos que se têm que pagar,...uma infinidade de regras para cumprir e obedecer....
É uma luta constante que se tem que travar nos bastidores para que todos os dias à mesma hora tudo funcione à luz do néon sem falhas.
Ninguém imagina o quanto isso implica de trabalho, de esforço, de competência e dedicação total.
Depois, por qualquer vaidade, interesse ou moda mudam e não deixam rasto.

Nós, humanos, temos tantas falhas de carácter, tantas vezes somos ingratos e injustos, e, quase sempre o somos para quem não o merece, que é impossível, muitas vezes, não nos sentirmos miseráveis.


Este texto foi a pensar na minha Amiga Filipa

1 comentário:

By Me disse...

UMA BELA HOMENAGEM..ELACOM CERTEZA FICARÁ COM CERTEZA VAIDOSA E ORGULHOSA DE TI...É ISSO MESMO A TERTÚLIA E QUEM TUDO FAZ PARA A MANTER!!!

BEIJINHO GRANDE E BOM NATAL!!!