sábado, 5 de fevereiro de 2011
Nós!!
Há um pensamento de Miguel de Unamuno que me guia há muitos anos.
A partir do dia em que li o livro-Do Sentimento Trágico da Vida-em que ele diz:
"para o Universo não sou nada, mas para mim sou tudo", percebi a dimensão daquilo que somos.
E, o que somos em relação aos outros?
E, o que é que os outros sentem em relação a nós?
Aquilo que transmitimos e ansiamos que os outros sintam, nem sempre é compreendido e aceite.
O que mais desejamos é sermos amados, sermos desejados,criando uma relação permanente de descoberta e interacção que nos mantenha ligados por idênticos
ideais e objectivos de vida, sem que isso anule a identidade de cada um, nem exija clones de personalidade ou carácter.
Suponho,que esta, é a nossa grande dificuldade em relacionarmos-nos uns com os outros, porque simplesmente queremos um igual a nós e não o universo que são os outros.
Mas, a verdade é que procuramos alguém que seja aquilo que não somos para que nos preencha com aquilo que nos falta e nos complete por isso mesmo.
É, por isso que vivemos numa permanente insatisfação, porque o nosso desejo é encontrarmos alguém que nos acolha dentro de si e ao mesmo tempo nos valorize e
nos melhore como pessoa, acrescentando mais e mais àquilo que somos.
No entanto,a nossa relação com os outros, apesar deste nosso desejo visceral de sermos amados,desejados e aceites tal como somos,é tão difícil como encontrar uma agulha no palheiro, ao ponto de tantas vezes estarmos tão perto dessa agulha e sem nos apercebermos, criamos tantos atritos, que não conseguimos unir sentimentos permanentes de amor e amizade, que é, afinal, a única coisa que dá sentido à vida e a nós próprios,mostrando nos aquilo que realmente valemos.
Enquanto não reconhecermos e aceitarmos que cada um é como é e que cada um é o amor de si próprio, nunca encontraremos o amor do outro, aquele que nos complementa.
E, o tempo é cruel, passa à velocidade da luz e a vida vale tanto e nós com ela, também...
Porque nós, realmente, para o Universo Infinito, nem sequer uma agulha somos, somos, simplesmente, um grão de pó, é preciso termos em conta que nessa dimensão a nossa vida é apenas, também, um milésimo de segundo, valemos apenas aquilo que somos para nós próprios e partimos apenas com aquilo que fomos e o que fomos, foi aquilo que sentimos com o que os outros nos fizeram sentir.
É, apenas isto que levamos, o resto não existe!
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Foto tirada da net
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3 comentários:
Muito interessante Fernanda...Gostei desse nós...e é tão complicado sabermos viver a dois...e não falo só de relações conjugais,refiro-me a ambientes familiares e profissionais...a maioria não lida bem com a ideia de partilha,de grupo...porque há muita competição!!! e todos querem brilhar e todos sentem medo de ficar para 2º plano e todos querem dominar, mostrar que são melhores que os outros...e há efectivamente os melhores e os piores...uns ficam no topo,uns ficam a meio e uns ficam no fundo...vivo descontraída, sem preocupações de ascensão... valho pelo que sou e se o que sou ficar atrás de muita gente,pois que seja...mas sinto prazer naquilo que faço e tento me superar a mim mesma...
As lentes novas ajudam a ver melhor...mas sinto ainda alguma dificuldade...uf
Beijinhos minha amiga
Fernanda ,aos meus ensaios jáaaaaa....:)))
Não importa que não tragas o selo. A nossa amizade é grande para se importar com isso...:)))
Beijos
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